O Analfabetismo no Brasil
O Brasil possui 11,4 milhões de analfabetos, número que representa 7% do total da população com 15 anos ou mais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao senso de 2022.
Apesar de ainda permanecer alto, o índice manteve uma sequência histórica de queda; em 2010, o censo apontou que 10% dos brasileiros não sabiam ler e escrever um bilhete simples. Em 1940, quando iniciou a série, a taxa era de 56%.
O estudo foi baseado nos resultados do Censo 2022 e considera apenas os brasileiros com 15 anos ou mais, que é o recorte mais utilizado internacionalmente para aferir a taxa de alfabetização.
Ao todo, em 2022 o Brasil tinha 163 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais. Desse contingente, 151,5 milhões eram considerados alfabetizados, o que equivale a 93% do universo naquela faixa etária.
O nível de alfabetização, entretanto, não é uniforme considerando as cinco regiões do país. Enquanto no Sul o índice chega a 97% da população, no Nordeste ele está em 86%. Houve melhoras em todos os Estados, mas nenhum dos nove que compõem a região ultrapassou 87%.
A disparidade tem a ver com dificuldades históricas de acesso à educação, pois, o Brasil tem um histórico de intermitência de garantia de recursos para a educação, especialmente educação básica, gratuita, pública, o que gerou um estoque, já que só a partir de 1996, foram assegurados os recursos financeiros à Educação.
Apesar de a taxa de analfabetismo ser maior entre os mais velhos - reflexo desse "indicador de estoque" -, todas as faixas etárias apresentaram diminuição nos índices ao longo das décadas. A alfabetização também é maior entre as mulheres; em 2022, 93,5% das brasileiras com 15 anos ou mais sabiam ler e escrever, enquanto o índice era de 92,5% entre os homens.
Segundo o levantamento, "é possível verificar que a expansão educacional não beneficiou todos os grupos populacionais no mesmo ritmo, entre aqueles que se declararam da raça branca ou amarela, a taxa de analfabetismo ficou abaixo da média nacional. Pretos, pardos e indígenas, por sua vez, apresentaram índice acima da média do País quando são considerados os brasileiros com 15 anos ou mais.
A democratização do acesso aos bens culturais a todas as classes sociais da população, a valorização da leitura e da escrita e os programas de alfabetização para jovens e adultos são ações importantes para diminuir esse problema.
O analfabetismo perpetua desigualdades sociais, contribui para a marginalização de grupos vulneráveis e dificulta o desenvolvimento econômico e cultural das comunidades em que se instala, tendo grande impacto na empregabilidade e na renda.
Voltar