Geração Prateada: O poder da longevidade no mercado de trabalho
"Geração Prateada" é um termo que designa pessoas com 60 anos ou mais, com presença, cada vez mais, ativa e relevante em diversos aspetos da vida, como o mercado de trabalho, o consumo, a tecnologia e a cultura.
Um estudo de Janaína Feijó, economista e pesquisadora da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), apurou que, no ano passado, havia 8,6 milhões de brasileiros ocupados com mais de 60 anos de idade, uma alta de 69% em 12 anos.
A maioria está na informalidade e tenta complementar aposentadoria.
Como houve um aumento da expectativa de vida e esse aumento veio com qualidade, naturalmente, essas pessoas vão desejar ficar mais tempo no mercado de trabalho.
A experiência de vida faz com que esses profissionais sejam mais estáveis e tenham maior inteligência emocional, sabendo lidar com situações de tensão, sem se abater por qualquer motivo. Segundo análise do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), profissionais acima de 60 anos conseguem identificar panoramas melhor do que outros trabalhadores, podendo assim contribuir para o crescimento da empresa.
Portanto, o equilíbrio entre a experiência dos mais velhos e a sede de conhecimento dos mais novos pode ser a receita para um time forte.
Mas, viver mais custa caro. E, para muitos, trabalhar além da aposentadoria se tornou a única saída.
Mesmo com iniciativas pontuais de empresas que contratam formalmente profissionais mais velhos, a regra ainda é a informalidade, especialmente nos setores de serviços e comércio.
A presença desses idosos é percebida nas ruas, em atividades como vendas ambulantes, construção civil e pequenos reparos, comumente marcadas pela ausência de vínculos formais e pela baixa proteção social.
Com o envelhecimento populacional acelerado e um sistema previdenciário sob pressão, especialistas afirmam que o crescimento da força de trabalho idosa deve continuar. Mas, sem políticas públicas voltadas para empregabilidade e proteção dos mais velhos, o risco é perpetuar o ciclo de precarização.
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